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Vídeo mostra roubos na mesma região em que médica foi morta. Justiça decreta prisões de suspeitos.

O juiz Adriano Celestino Santos, da 1ª Vara Criminal de São João Meriti decretou, no último dia 19, a prisão preventiva de três homens suspeitos de envolvimento na morte da médica e diretora da Clínica da Família de Vila de Cava, em Nova Iguaçu, Gisele Palhares Gouvêa, de 34 anos.

A médica foi assassinada com um tiro na cabeça, quando dirigia uma Ranger Rover, na Linha Vermelha, na divisa dos municípios de São João de Meriti e Rio de Janeiro , no dia 25 de junho de 2016.

A Delegacia de Homicídios da Capital i( DH) nvestigou o caso por três anos e concluiu que a médica foi vítima de um latrocínio (assalto seguido de morte). Cinco suspeitos de envolvimento no crime foram identificados.

Médica Gisele Palhares Gouvea foi morta em assalto
Médica Gisele Palhares Gouvea foi morta em assalto Foto: Reprodução

Dois dos envolvidos, Christofer Cruz Barbosa da Silva e Igor de Oliveira Lopes , o Smith, tiveram as punibilidades extintas declaradas pela Justiça, já que morreram, tempos depois do crime, em episódios distintos de trocas de tiros com a polícia.

Todos os identificados pela DH são do Complexo da Pedreira, na Zona Norte do Rio.

Dentre eles está Thiago Rodrigues da Silva, o TH, ou Thiago Gordo. Gerente do roubo de cargas do Morro da Quitanda, no Complexo da Pedreira, e cunhado do traficante Carlos José da Silva, o Arafat, que controla parte do tráfico na Pedreira, Thiago já está atrás das grades desde agosto de 2017, quando foi preso pela PM com um fuzil, no Morro da Quitanda.

Na foto, poster de Gisele em frente ao local onde trabalhava
Na foto, poster de Gisele em frente ao local onde trabalhava Foto: Cléber Júnior / Agência O Globo

As investigações apontaram que foi TH quem encomendou aos bandidos que fuzilaram a médica um veículo comas mesmas características do carro que era dirigido pela vítima.

Além de TH, tiveram as prisões decretadas pela Justiça Rodrigo Ribeiro da Silva, o Da Farmácia, e Marcos da Silva Xavier. Os dois ainda não foram localizados e são considerados foragidos.

Ranger Rover em que a médica foi morta
Ranger Rover em que a médica foi morta Foto: Cléber Júnior / Agência O Globo

Para chegar até os nomes dos suspeitos, a polícia contou com provas periciais e testemunhais. A digital de Marcos da Silva, por exemplo, foi encontrada no interior de uma caminhonete S-10, usada para fechar a Ranger Rover da médica.O veículo foi localizado por agentes da DH, dias após o crime, em uma das ruas que dá acesso ao Complexo do Chapadão, que é controlado por uma fação criminal rival aos dos traficantes da Pedreira.

O carro teria sido abandonado no local para dificultar as investigações da polícia. TH foi ouvido pela polícia e negou sua participação no crime.

No entanto, ele apontou Christofer Cruz Barbosa da Silva, Igor de Oliveira Lopes e Rodrigo Ribeiro da Silva como sendo os homens responsáveis pela morte da médica.

No despacho que decidiu pela decretação da prisão dos três suspeitos, o juiz Adriano Celestino Santos diz que a investigação oferece indícios da autoria do crime. ” Pelo que foi narrado, é possível observar que foram colhidos diversos indícios capazes de apontar o envolvimento dos denunciados” escreveu o magistrado num trecho de sua decisão.

Um casal que viajava num automóvel pouco atrás do carro dirigido pela médica, testemunhou a abordagem que acabou resultando na morte de Gisele Palhares.

As testemunhas prestaram depoimento e revelaram que os bandidos, usando uma S-10 branca, fecharam a Ranger Rover, na alça de entrada da Linha Vermelha, pouco depois da saída da Rodovia Presidente Dutra. De acordo com os relatos colhidos pela polícia, dois homens armados de pistola desceram do veículo.

Neste instante, assustada, Gisele teria tentado fazer uma manobra com o carro para fugir. Os bandidos então dispararam, atingindo por três vezes o lado do motorista e uma vez a parte traseira da Ranger Rover.

Atingida por um tiro na cabeça, ela ainda chegou a ser levada com vida para o Hospital Adão Pereira Nunes, em Saracuruna, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.

A polícia também descobriu que um Toyota Corolla foi usado por bandidos que davam cobertura a tentativa de assalto. O veículo havia sido roubado horas antes da médica ser morta, n Avenida Brasil, na altura de Acari.

O carro acabou sendo recuperado pela polícia . Chamado para prestar depoimento, o dono do veículo reconheceu a foto de Christofer como sendo um dos homens que o assaltara na Avenida Brasil.

Mais de dois anos depois, no dia 19 de abril de 2018, ele acabou sendo morto, durante uma nova tentativa de assalto, quando PMs trocaram tiros com bandidos que faziam um arrastão, também na Avenida Brasil.

Já Igor de Oliveira, o Smith, foi morto quando tentou roubar um carro que era dirigido por um policial, em 2017.

A Polícia Civil conseguiu refazer, através de imagens de câmeras de monitoramento, o trajeto seguido pela médica Gisele Palhares, de Nova Iguaçu, até a entrada da Linha Vermelha.

No trajeto de cerca de 22 quilômetros, fica claro que a a vítima não vinha sendo seguida. A caminhonete S-10 , usada por bandidos para fechar o carro dirigido por Gisele, só vista em uma das imagens do vídeo às 18h58, num dos acessos da via expressa, na altura da Pavuna.

Gisele saiu da unidade de saúde de Vila de Cava, em Nova Iguaçu, por volta das 18h04. Às 18h10 a Ranger Rover passa pela Rua Maria Custódia, ainda no mesmo bairro.

O veículo trafegou pela Estrada de Adrianópolis e foi filmado por uma câmera de monitoramento às 1845, na Estrada Henrique Dutra Meyer, que dá acesso à Rodovia Presidente Dutra. Às 18h50 o veículo já está Dutra, na altura de Nova Iguaçu.

Pouco depois das 18h58 o carro dirigido por Gisele foi fechado pela S-10 na Linha Vermelha e o crime ocorre. O vídeo feito por policiais e que foi anexado ao inquérito, também traz imagens de assaltos praticados na mesma região onde a médica foi assassinada.

Da redação com Agência O Globo

Por: Arnaldo

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