Integrante de organização criminosa do Estado do Ceará é preso pela Polícia Civil na cidade de Itabaiana.
Em operação conjunta entre o Centro de Operações Policiais Especiais (COPE), Delegacia Regional de Itabaiana, Divisão de Inteligência (Dipol), da Polícia Civil de Sergipe, e Delegacia de Combate às Ações Criminosas Organizadas (Draco), da Polícia Civil do Ceará, foi preso Francisco Marcilieudo Mesquita da Silva, 38 anos, conhecido como “Dão”. A ação policial ocorreu na tarde de quinta-feira (11), na cidade de Itabaiana, no Agreste sergipano. O suspeito tinha dois mandados de prisão em aberto por crimes cometidos no Ceará, além de ser investigado por coordenar ações criminosas naquele Estado.
Natural de Morada Nova, na região do Vale do Jaguaribe, “Dão” é investigado pelo envolvimento na série de ações criminosas ocorridas no Ceará no ano de 2019. Ele é alvo de investigações da Draco pela relação próxima que tinha com um dos “cabeças” da organização criminosa (orcrim), o comparsa Ednal Braz da Silva de 46 anos, conhecido por “Siciliano”, recambiado de uma unidade prisional de Pernambuco, em setembro de 2019. “Siciliano”, como apontam os levantamentos policiais, foi responsável por ordenar as ações criminosas contra o patrimônio público e privado de dentro de uma prisão no interior pernambucano. “Dão” teria ascendido o posto na hierarquia da orcrim após a prisão do comparsa.
Nas duas passagens registradas pela Polícia Civil no Ceará, “Dão” foi indiciado pelos crimes de homicídio qualificado, associação criminosa, lesão corporal, resistência, desacato, porte ilegal de arma de fogo de uso restrito e tráfico de drogas. Os mandados judiciais contra ele são referentes aos crimes de homicídio qualificado e por integrar organização criminosa. Pelo homicídio, “Dão” foi condenado a cumprir pena superior a 24 anos. “Dão” foi localizado em um imóvel no Loteamento Villa-Lobos, na cidade serrana.
Esconderijo em Sergipe
Na última terça-feira (09), equipes do Cope da Polícia Civil de Sergipe realizaram os primeiros levantamentos e confirmaram a presença de Marcilieudo, que estava escondido em uma residência do bairro Anísio Amâncio de Oliveira, bairro nobre conhecido como Chiara Lubich. Após confirmação do paradeiro do suspeito, policiais civis da Draco viajaram até Sergipe e com o apoio da polícia sergipana, localizaram o foragido.
“Dão” estava acompanhado por duas pessoas num imóvel de luxo. Com ele, foram encontrados documentos falsos, já que em Sergipe ele utilizava um nome falso. Depois de preso, ele foi conduzido ao Aeroporto Internacional Santa Maria, em Aracaju, de onde foi transportado pela Polícia Civil do Ceará para a cidade de Fortaleza. Ao desembarcar na Capital cearense, sob escolta, ele foi levado para prestar depoimento na sede da Draco, no Complexo de Delegacias Especializadas (Code) no bairro Aeroporto.
Após a prisão de todos os seis suspeitos identificados pela Draco como chefes da organização criminosa, o controle das atividades do grupo ficou comprometido, como avalia o titular da Draco, Harley Filho. “Depois do endurecimento das medidas adotadas pelo sistema penitenciário do Estado e com transferência desses chefes para presídio federal, ficou difícil de arregimentar pessoas que pudessem ocupar esses cargos vagos de conselheiro final. Então, ele acabou ficando com todas as atribuições junto com uma segunda pessoa. Hoje o grupo está sem uma cadeia de comando e, dessa forma, a tendência que ela realmente se acabe”.
Plano de fuga frustrado
Com a chefia desarticulada e sem acesso à comunicação, os remanescentes do grupo elaboraram um plano de resgate de presos de uma unidade do sistema penitenciário cearense para que retomassem às atividades criminosas. O plano foi traçado com a participação de advogados contratados pela orcrim, que seriam responsáveis por intermediar as mensagens do grupo criminoso.
O plano foi descoberto e frustrado quando a advogada Elisângela Maria Mororó, 46 anos, foi flagrada no momento em que estava com outro advogado investigado pela Draco tentou passar um bilhete na boca de um detento. O fato aconteceu quando o advogado e um interno conversavam no parlatório do Centro de Detenção Provisória, no município de Aquiraz, na Região Metropolitana de Fortaleza. O bilhete continha detalhes do plano de resgate de presos.
Foragido
Com a coordenação de tarefas prejudicada com a prisão dos chefes do grupo e a quebra de comunicação deles com os demais integrantes da orcrim, a Polícia Civil do Ceará mantém as diligências para prender o último membro que restou na cadeia hierárquica do grupo criminoso. Aquele que, conforme as investigações, assumiu um dos lugares vagos deixados pelos “cabeças” da orcrim. Ele é Francinélio Oliveira e Silva, 46 anos, com passagens por roubo com restrição de pessoa e dano qualificado. Conhecido como “Geleia”, contra ele há um mandado de prisão em aberto por roubos e furtos. A pena imposta a ele é de 51 anos e 10 meses em regime fechado.
Cadeia hierárquica
A partir de investigações conduzidas pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) da Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE), ao longo dos últimos dois anos, foi possível identificar todos os indivíduos do topo da organização criminosa com base no Ceará. Dos seis suspeitos de chefiar as ações criminosas no Estado, a Draco prendeu quatro: Marcos André Silva Ferreira de 24 anos, conhecido por “Branquinho”; Yago Steferson Alves dos Santos, 26 anos, o “Yago Gordão”; Francisco de Assis Fernandes da Silva, 43 anos, o “Barrinha”; e Francisco Tiago Alves do Nascimento, 33 anos, o “Tiago Magão”. Os outros dois integrantes da cúpula da orcrim foram capturados pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e pela Polícia Federal: Deijair de Souza Silva, 29 anos, o “De Deus”, e Ednal Braz da Silva, 46 anos, o “Siciliano”, respectivamente, em 2018 e 2019.
Da Redação: Com informações da Ascom PC/CE
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