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Justiça do Rio absolve sete réus por incêndio no Ninho do Urubu que matou dez jovens.

Justiça do Rio absolve sete réus por incêndio no Ninho do Urubu que matou dez jovens.

Juiz aponta falta de provas de culpa dos acusados e ausência de nexo causal entre suas ações e o início do fogo; decisão ainda cabe recurso.

Vítimas fatais do incêndio no Ninho do Urubu, em 2019 | @ Reprodução

A Justiça do Rio de Janeiro absolveu, nesta terça-feira (22), sete réus envolvidos no processo criminal sobre o incêndio ocorrido em 2019 no Ninho do Urubu, centro de treinamento do Flamengo. A tragédia deixou dez jogadores das categorias de base mortos e três feridos.

A decisão, de primeira instância, foi assinada pelo juiz Tiago Fernandes de Barros, da 36ª Vara Criminal da Comarca da Capital. Em sua sentença, o magistrado apontou “ausência de demonstração de culpa penalmente relevante” e afirmou não haver “nexo causal seguro entre as condutas individuais e a ignição do incêndio”. Cabe recurso da decisão.

O Ministério Público do Rio de Janeiro havia pedido a condenação de todos os 11 denunciados por incêndio culposo qualificado com resultado de morte e lesão corporal grave. No entanto, além dos sete absolvidos, dois réus tiveram a denúncia rejeitada, um foi absolvido anteriormente e o ex-presidente do clube, Eduardo Bandeira de Mello, teve a punibilidade extinta em 2021, por prescrição.

Entre os absolvidos estão: Márcio Garotti, ex-diretor financeiro do Flamengo (2017–2020); Marcelo Maia de Sá, ex-diretor adjunto de patrimônio; Danilo Duarte, Fabio Hilário da Silva e Weslley Gimenes, engenheiros responsáveis técnicos da empresa NHJ, fornecedora dos contêineres usados como alojamento; Claudia Pereira Rodrigues, responsável pela assinatura dos contratos da NHJ; Edson Colman, sócio da Colman Refrigeração, responsável pela manutenção dos aparelhos de ar-condicionado.

 

 

De acordo com a perícia, o incêndio começou em um dos aparelhos de ar-condicionado e se espalhou rapidamente devido ao revestimento inflamável dos contêineres. No momento da tragédia, 26 adolescentes dormiam no alojamento – uma estrutura que, segundo a Prefeitura do Rio, não possuía alvará para funcionar como dormitório.

O episódio, ocorrido em 8 de fevereiro de 2019, comoveu o país e expôs falhas na infraestrutura dos centros de treinamento de base. Dez jovens morreram e 16 conseguiram escapar por uma única saída em meio à fumaça.

As vítimas fatais foram: Athila Paixão (14), Arthur Vinícius (14), Bernardo Pisetta (14), Christian Esmério (15), Gedson Santos (14), Jorge Eduardo Santos (15), Pablo Henrique (14), Rykelmo de Souza (16), Samuel Thomas Rosa (15) e Vitor Isaías (15).

A primeira audiência de instrução e julgamento do caso foi realizada em agosto de 2023, quatro anos após a tragédia. Com a nova decisão, o processo ganha um novo capítulo, mas ainda pode ser reavaliado em instâncias superiores.

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