Mais de 450 mulheres estão sob medida protetiva em SE.
Inquéritos envolvendo violência contra a mulher já ultrapassam 900.
No domingo, 25, se comemorou o Dia Internacional de Combate à Violência Contra a Mulher. Um dia de reflexão, mas também um momento para se analisar os números referentes aos casos ligados a essa modalidade de crime.
“Essa data foi instituída em 1999 por uma Assembleia Geral da ONU com o objetivo de aprofundar o debate sobre esse tema da violência contra a mulher. É um momento para tomarmos pé do que está acontecendo e estudar o que fazer para coibir esses casos”, explica a delegada do Departamento de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGV), Renata Aboim.
Em Sergipe, de janeiro para cá, já são mais de 450 mulheres que possuem medida protetiva de urgência, garantindo, desta forma, que os seus agressores possam se manter distantes.
A medida protetiva é um mecanismo criado em decorrência da Lei Maria da Penha, com o intuito de coibir e prevenir a violência doméstica e familiar.
Para a dona de casa Rosenilde Moura, que viu a morte de perto após ser atingida com dois tiros disparados pelo companheiro, a medida protetiva foi fundamental para fazê-lo ficar distante do bairro onde mora.
“Eu estava na lanchonete, que tenho com minha filha, e, de repente, um homem parou a moto na porta e gritou meu nome. Fui ver quem era e recebi os tiros. Depois disso, não vi mais nada. Acordei três meses depois na Ala Vermelha do Hospital João Alves. Até hoje, eu não sou boa da cabeça. Esqueço tudo e se eu estiver nervosa, fica pior”, narra Rosenilde.
Mesmo passados mais de cinco anos da tentativa de homicídio, a vítima afirma que não é possível viver mais sem a medida protetiva. Para ela, é uma espécie de garantia da vida.
“Ele está solto. Ele tem dinheiro. Mesmo achando que ele não vem mais atrás de mim, eu preciso da protetiva e não sei viver sem ela. Parece que eu me sinto segura em saber que a polícia está ciente de que eu vivo em apuros”, relata a vítima.
“Os filhos dessas vítimas que convivem com essa violência acabam propagando essa violência em outros ambientes e nos seus relacionamentos”, aponta a delegada.
Com relação ao número de inquéritos gerados através dos Boletins de Ocorrência (B.O.), o Departamento de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGV) já contabiliza mais de 900.
Em Sergipe, a maioria dos casos registrados diz respeito a lesões corporais leves e graves, crimes de ameaça e crimes contra a honra. Também existem casos de feminicídio, tentativa de feminicídio, mas, felizmente, não são as ocorrências de maior incidência.
Da redação com JC Sergipe
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