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Moradora do Vidigal presenciou morte de vizinha enquanto corria para salvar a filha durante temporal.

Moradora do Vidigal presenciou morte de vizinha enquanto corria para salvar a filha durante temporal.

Mãos trêmulas, pernas machucadas, voz embargada. A descrição é o retrato do drama passado por Fabiana do Nascimento, moradora da comunidade do Vidigal, na noite de quarta-feira com a forte chuva que atingiu o Rio de Janeiro. A localidade, conhecida como Jaqueira é, também, onde também morava a mulher, identificada apenas como Marisa, que morreu arrastada pelas águas que deixaram o rastro de destruição em toda cidade.

Apesar do momento de pânico e nervosismo, Fabiana ao ver o apartamento onde vive se encher de água e ser destruído pelo deslizamento de pedras, respirou fundo e em um momento de coragem amarrou sua filha de três anos, Julia, na cintura para salvar não só a própria vida.

— Pulei a janela e minha filha falou “Não quero ficar só, o monstro preto entrou na nossa casa, por favor” — conta Fabiana aos prantos.

Apoiando nas paredes, ela chegou até a casa de Cristina, que mora na parede ao lado. A água já batia acima da cintura e decidiu que todas tinham de ir para o lado de fora, já que o teto da casa pingava. Fabiana carregou sua filha, a filha da vizinha e buscou forças para encorajar também a vizinha.

— Gritava socorro para os vizinhos até que alguém me apontou para cima e vi o apartamento da Marisa sendo destruído — comentou ela.

Toda destruição aconteceu em cerca de 20 minutos, mas foi apenas com o indicativo de olhar para cima que percebeu o que estava para acontecer. A parede de Marisa rachava de dentro para fora, pela força das águas que tomavam o espaço. Até que o pior aconteceu e a mulher foi arrastada morro abaixo.

— A água era muito forte e saiu levando ela, nós fugimos pela janela. Graças a Deus estamos vivas, busquei forças não sei de onde — complementou.

Da redação com Agência O Globo

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