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Delegado Fábio Costa alinha voto ao Centrão e aprova a PEC da Blindagem

Delegado Fábio Costa

Delegado Fábio Costa alinha voto ao Centrão e aprova a PEC da Blindagem

Voto alinhado ao bloco vencedor reforça prerrogativas parlamentares; decisão contrasta com a imagem de linha-dura do deputado na pauta anticrime.

Câmara dos Deputados aprovou a PEC 3/2021, conhecida como PEC da Blindagem, em dois turnos. O 1º turno fechou com 353 votos “sim”, 134 “não” e 1 abstenção. No 2º turno, o placar foi 344 a 133. O texto segue ao Senado.

Entre os nove federais de Alagoas, o Delegado Fábio Costa (PP-AL) votou a favor nos dois turnos, junto do grupo majoritário. Nos registros locais, a bancada teve seis votos “sim” no 1º turno e, no 2º turno, manteve maioria favorável, com mudança de posicionamento de um deputado.

Votos nominais dos deputados federais de Alagoas na PEC da Blindagem (PEC 3/2021) — 1º turno em 16/09/2025 e 2º turno na madrugada de 17/09/2025.
Deputado (AL) Partido 1º turno — 16/09/2025 2º turno — 17/09/2025
Arthur Lira PP  Sim  Sim
Marx Beltrão PP  Sim  Sim
Isnaldo Bulhões Jr. MDB  Sim  Sim
Luciano Amaral PSD  Sim  Sim
Delegado Fábio Costa PP  Sim  Sim
Rafael Brito MDB  Sim  Não
Paulão PT  Não  Não
Daniel Barbosa PP  Não  Não
Alfredo Gaspar UNIÃO  Ausente  Ausente

Quem é Fábio Costa e por que o voto surpreende parte do público

Fábio Costa é delegado de polícia licenciado, eleito deputado federal por Alagoas pelo PP. Sua trajetória pública é marcada por atuação na segurança e retórica de tolerância zero ao crime organizado. No currículo oficial, aparecem operações e comandos na Polícia Civil; em perfis e discursos, o foco recai sobre combate ao crime e críticas à leniência com criminosos. Essa biografia consolidou, entre apoiadores, a percepção de um parlamentar conservador e linha-dura.

 

Nas redes e em falas no plenário, o deputado costuma adotar tom duro contra benefícios a presos e contra políticas que, em sua avaliação, “protegem bandidos”. A imagem de combate à corrupção e ao crime o acompanha desde a campanha e é reiterada por portais locais ao descrever seu posicionamento público.

É nesse contexto que o voto favorável à PEC da Blindagem gerou estranhamento em parte do eleitorado alagoano. Para críticos, a proposta dificulta ações penais e prisões de parlamentares e, por isso, colide com o discurso punitivista e anticorrupção associado ao deputado. Para apoiadores da PEC, porém, o voto não contradiz a pauta de integridade: seria uma garantia institucional para evitar abusos, preservar a separação dos Poderes e impedir decisões monocráticas que atinjam o Legislativo sem controle do plenário.

O que diz a PEC e onde estão as polêmicas

O texto aprovado condiciona a abertura de ação penal e a imposição de medidas cautelares contra deputados e senadores à autorização da respectiva Casa, em prazo delimitado. Na madrugada da votação, os deputados retiraram a previsão de voto secreto para autorizar ações penais; o sigilo permanece somente para decisões sobre prisão, como já ocorre hoje. A mudança foi um dos pontos mais disputados durante a sessão.

Do ponto de vista político, a decisão do deputado alinha seu voto às lideranças que conduziram a PEC. Para críticos, o efeito prático é elevar a barreira para investigar e punir parlamentares. Para defensores, o efeito é padronizar o rito decisório e blindar o Parlamento de decisões judiciais consideradas intempestivas. O resultado apertado do 2º turno indica pressão e custo político, elementos que tendem a alimentar a cobrança pública por coerência entre discurso e prática de cada deputado.

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