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Quem eram os médicos vítimas de atiradores em área nobre do Rio de Janeiro.

Marcos de Andrade Corsato (à esquerda), Perseu Ribeiro Almeida (centro) e Diego Ralf Bonfim (à direita) foram vítimas de um ataque na Barra da Tujica

Um grupo de quatro médicos foi vítima de um ataque a tiros num quiosque localizado na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.

A ação, que durou menos de um minuto, aconteceu na Avenida Lúcio Costa, que fica à beira-mar, após a meia noite desta quinta-feira (5/10).

Duas vítimas, Marcos de Andrade Corsato, de 62 anos, e Perseu Ribeiro Almeida, de 33, morreram no local.

Diego Ralf Bonfim, de 35, foi socorrido ainda com vida e enviado ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos. Ele é irmão da deputada federal Sâmia Bonfim (PSOL-SP) e cunhado do também deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ).

Um quarto médico, que também foi alvo dos disparos, sobreviveu e foi encaminhado a uma unidade médica. Segundo informações divulgadas à imprensa, o quadro dele é estável.

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Os médicos estavam hospedados no Hotel Windsor, também na Barra, onde acontece a partir desta quinta-feira o 6º Congresso Internacional de Cirurgia Minimamente Invasiva do Pé e Tornozelo.

Imagens da câmera de segurança do quiosque, divulgados pelo portal G1, mostram que os quatro médicos estavam sentados numa mesa quando um carro parou na avenida e três homens armados desceram. Em menos de um minuto, eles fizeram os disparos e fugiram com o mesmo veículo.

O caso está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), que apura a autoria e a motivação do crime. Segundo a Polícia Civil do Rio de Janeiro, a área do local do crime foi feita uma perícia no local do crime, testemunhas estão sendo ouvidas e as imagens das câmeras de segurança da região estão sendo analisadas.

A Polícia Militar divulgou que agentes chegaram a fazer buscas pelos acusados, mas não conseguiu localizá-los.

Segundo a Folha de S.Paulo, a polícia trabalha com a hipótese de uma execução, pois os autores do ataque não levaram nada das vítimas e um deles até voltou ao local para realizar mais disparos depois da primeira leva de tiros.

A deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL-RS), disse, em nota divulgada em nome de Sâmia e Glauber, afirmou que já pediram ao ministro da Justiça, Flávio Dino, que a Polícia Federal acompanhe o caso. “Estamos formalizando a solicitação com o ministério”, diz o comunicado.

O ministro da Justiça, Flávio Dino, prestou solidariedade à deputada e a Glauber, além de anunciar que a Polícia Federal auxiliará nas investigações.

“A Polícia Civil já realizando diligências investigatórias. Secretário Executivo do MJ, Ricardo Cappelli, irá ao Rio e reunirá com a direção da PF e com o governo do Estado”, afirmou Dino pela rede social X, antigo Twitter.

O governador do Rio, Cláudio Castro, descreveu o ocorrido como “crime bárbaro” e prometeu que os assassinos não ficarão impunes.

O procurador-geral de Justiça do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), Luciano Mattos, determinou que o Ministério Público abra um inquérito imediatamente. Normalmente, esses procedimentos ocorrem após a Promotoria receber o inquérito da Polícia Civil, porém o órgão também pode investigar em paralelo à delegacia.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse que a Polícia Civil de São Paulo vai enviar uma equipe do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) ao Rio de Janeiro para ajudar na investigação dos fatos.

Marcos de Andrade Corsato

Marcos de Andrade Corsato

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Marcos de Andrade Corsato, de 62 anos, era médico do Instituto de Ortopedia e Traumatologia (IOT), do Hospital das Clínicas de São Paulo. Ele tinha mestrado na área pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e era especializado em cirurgias de pé e tornozelo.

Além disso, ele também pertencia ao corpo clínico do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Ele foi professor de ortopedia dos outros dois médicos que também foram mortos no crime.

Em ambos os hospitais, segundo o jornal O Globo, é lembrado como um médico alegre e carinhoso.

Perseu Ribeiro Almeida

Perseu Ribeiro Almeida

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Perseu Ribeiro Almeida era casado e tinha dois filhos, de 11 e dois anos, segundo o jornal O Globo. Ele trabalhava no Hospital Geral Prado Valadares, em Jequié, no interior da Bahia.

Segundo a família, ele nunca havia ido ao Rio de Janeiro e tinha pedido para trocar de plantão para que pudesse ir ao congresso.

Diego Ralf Bonfim

Diego Ralf Bonfim

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O ortopedista Diego Ralf Bomfim, de 35 anos, foi residente do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e era especialista em reconstrução óssea.

Reações públicas

Diego Ralf Bomfim, que foi resgatado com vida mas faleceu no hospital, e Perseu Ribeiro Almeida, que morreu no local, também fizeram residência médica no IOT.

Em nota, o instituto do Hospital das Clínicas de São Paulo afirmou que recebeu “com consternação” a notícia do falecimento dos três médicos.

“O IOT estende as condolências aos familiares e amigos”, diz o texto.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) usou as redes sociais para se manifestar sobre o ocorrido.

“Recebi com grande tristeza e indignação a notícia da execução de Diego Ralf Bomfim, Marcos de Andrade Corsato e Perseu Ribeiro Almeida na orla da Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, na madrugada desta quinta-feira. As vítimas estavam na cidade para um Congresso Internacional de Ortopedia. Minha solidariedade aos familiares dos médicos e a deputada Sâmia Bomfim e ao deputado Glauber Braga”, compartilhou Lula.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, declarou que, “em face da hipótese de relação com a atuação de dois parlamentares federais”, a Polícia Federal acompanhará a investigação sobre o ataque.

“Após essas providências iniciais imediatas, analisaremos juridicamente o caso”, escreveu Dino.

O governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro (PL), afirmou que a Polícia Civil vai usar “todos os recursos necessários para chegar à autoria do crime bárbaro que tirou a vida de três médicos e feriu outro na Barra da Tijuca”.

Sâmia e Glauber se pronunciaram por meio da nota divulgada pela deputada Fernanda Melchionna. No texto, classificaram o caso como um “crime bárbaro” e se solidarizaram com os familiares das outras vítimas.

“Queremos agradecer todas as mensagens de solidariedade e apoio, que vieram de todos os lugares. Evidentemente, Sâmia está devastada nesse momento terrível de perda e dor, assim como o seu companheiro Glauber Braga, que a acompanha neste momento”, diz a nota.

“Pelas imagens divulgadas pela imprensa, tudo indica que se trata de uma execução. Exigimos imediata e profunda investigação para descobrir as motivações do crime, assim como a identificação e prisão dos executores”, acrescenta o texto.

Por: Arnaldo

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