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Seis tremores durante horários de explosões.

Pesquisa da Uneal analisa fenômenos em Arapiraca com base em boletins de Laboratório Sismológico da UFRN

Mineração Vale Verde promove explosões para a extração de cobre, no município de Craíbas, no Agreste – Foto: Edilson Omena
Um fenômeno recorrente e anormal vem acontecendo nos últimos meses no Agreste alagoano.Os tremores de terra nas cidades de Arapiraca e Craíbas assustaram a população que, sem entender, buscava por informações sobre o fenômeno.

Diante da necessidade de esclarecimento sobre os fatos ocorridos, muitas notícias se espalharam nas mídias e noticiários em Alagoas.
Diversas causas foram apresentadas, mas sem informações precisas.

Na busca de encontrar respostas para a compreensão dos fatos, pesquisadores da Universidade Estadual de Alagoas (Uneal), em Arapiraca, os acadêmicos do curso de Geografia, Willian Almeida Melo e José Marcos de Araújo, juntamente com a professora- doutora Lucicleide da Silva, iniciaram uma pesquisa de análise de caso.

Um estudo preliminar da pesquisa foi publicado pela Tribuna Independente, na edição do dia 1° de dezembro, com o título: “Tremores de terra crescem 200% em Arapiraca”.

Os dados analisados na pesquisa são dos boletins do Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LabSis/UFRN) e revelaram algumas amostras de 2020 até os dias atuais.

Na página do LabSis informa que há um atraso de 03:00h entre o epicentro do abalo até o local do sensor que mediu o sismo.

Os pesquisadores realizaram o ajuste para correção do horário, retirando o atraso do horário do tremor e o resultado causou certa estranheza, pois a maioria deles ocorre às 12:00h, o que também levou os pesquisadores analisarem os dias da semana em que os tremores aconteciam. O resultado indicava que a causa dos tremores possivelmente não era de ordem natural.

Estudo revela dias, horários e magnitude dos abalos deste ano

Conforme a pesquisa, os tremores em Arapiraca, durante o ano de 2023, ocorreram: Dia 26/01 – quinta-feira – hora: 12:12:42 Mag. 1.7; Dia 10/03 – sexta-feira – hora 12:02:56 Mag. 2.4; Dia 28/03 – terça-feira hora: 11:59:10 Mag. 2.2; Dia 04/08 sexta-feira – hora: 12:03:52 Mag. 1.5; Dia 05/10 – quinta-feira – hora: 12:01:55 Mag. 1.6; Dia 09/11 – quinta-feira – hora: 12:07:17 Mag. 1.6; Dia 09/11 – quinta-feira – hora: 12:10:25 Mag. 1.5; Dia 12/12 – terça-feira – hora: 11:33:09 Mag. 1.6; Dia 19/12 terça-feira – hora: 12:00:39 Mag.2.3.

Além disso, outros abalos ocorreram em dias e horários divergentes e foram listados nos mesmos dias e horários.

Após a análise dos dados apresentados, extraídos dos órgãos competentes da área, a conclusão dos pesquisadores é de que os tremores ocorridos nos últimos anos em Arapiraca não poderiam ser de causa natural, visto a frequência das ocorrências e a padronização dos horários e dias dos acontecimentos, abrindo suspeita para ação humana.

Segundo revelam os acadêmicos Willian Almeida e José Marcos, a hipótese de uma sismicidade induzida que se refere a tremores de terra causados por atividades humanas é de que a mesma está sendo trabalhada.

Atividades humanas que podem induzir sismicidade incluem: A atividade de mineração pode, em alguns casos, desencadear tremores de terra, especialmente quando envolve a extração de minerais por métodos que alteram significativamente a estrutura geológica subterrânea. Isso é conhecido como sismicidade induzida.

“Vale ressaltar que o trabalho não é um laudo técnico e sim, apenas um levantamento cronológica e geográfica das causas dos abalos sísmicos que ocorreram e que podem vir a ocorrer mais vezes em Arapiraca e região”, afirmam os pesquisadores da Uneal.

Moradores da região de Arapiraca se queixam da exploração feitas pela mineradora e chegam a informar que estão aparecendo rachaduras em algumas residências e eles apontam as explosões como suposto motivo dos danos.

Da redação com Sucursal Arapiraca.

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Por: Arnaldo

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